Se tudo correr bem, às 16 hs e 15 min desta quinta (19), pelo horário de Brasília, deve ser lançado a bordo de um foguete russo o primeiro “cubesat” nacional.
Chamado de NanoSatC-Br1, o mini satélite será levado ao espaço por um lançador Dnepr, que decolará da base de Yasny, na Rússia.
Os cubesats são uma categoria de pequenos satélites cúbicos de baixo custo que tem conquistado cada vez mais destaque entre programas espaciais do mundo.
Seu pequeno peso significa que eles podem ser lançados em conjunto, de forma barata. Só esse lançamento levará um total de 21 cubesats, dos quais o brasileiro é apenas um.
O custo de desenvolvimento desses artefatos espacia- is também é modesto, se comparado a satélites tradicionais.
O NanoSatC-Br1 foi concebido e construído em parceria pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), a um custo inferior a R$ 800 mil.
Sua missão é estudar a interação do campo magnético terrestre com a radiação espacial, além de servir como piloto para testar a resistência de tecnologias nacionais embarcadas no cubesat.
“Vamos testar no espaço os dois primeiros circuitos integrados projetados no Brasil para uso espacial”, diz Otávio Durão, engenheiro que coordena o projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP).
E esse é só o começo. Outros três nanossatélites brasileiros devem ser lançados ainda neste ano, a partir da ISS (Estação Espacial Internacional).
A iniciativa de produzir projetos de baixo custo é essencial para incentivar o número crescente de engenheiros aeroespaciais brasileiros. Apesar de o país ter um programa espacial há mais de 50 anos, os primeiros cursos de engenharia aeronáutica com ênfase em espaço só foram criados nos últimos anos, após a primeira missão tripulada nacional, em 2006.