O governo do Brasil vai retirar, até o fim de 2016, as tropas que atuam na Minustah, a missão de paz das Nações Unidas no haiti. O ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse nesta quinta-feira (21), em audiência no Senado, que a decisão foi tomada pela ONU, que pretende fazer a retirada total dos militares em serviço no país caribenho, inclusive aqueles de outras nacionalidades.
“No ano que vem, a previsão é de retirada total das forças não só do Brasil, mas das Nações Unidas. Neste ano, inclusive, vários oficiais de outros países da América do Sul já foram comunicados do seu retorno”, afirmou Wagner. O Brasil chefia a Minustah desde sua criação, em 2004, após uma revolta popular que derrubou o então presidente Jean Bertrand Aristide.
Segundo o ministro, há 1.343 militares brasileiros atuando hoje no país, número que será reduzido para 850 até o fim deste ano, antes da retirada total. Em junho de 2015, a previsão do Ministério da Defesa é que o número já esteja em 970 brasileiros no haiti. Wagner disse que a retirada será gradativa, com os militares brasileiros deixando por último a cidade de Porto Príncipe, capital haitiana.
Os soldados de outros países, que atuam nas demais cidades do haiti, vão se retirar antes da saída total dos brasileiros em 2016. Wagner disse que a missão do Brasil no haiti completou dez anos no ano passado com gastos de R$ 2,3 bilhões –dos quais R$ 1 bilhão foram reembolsados pela ONU.
“Há um investimento líquido de R$1,3 bilhão [do governo brasileiro]. É uma missão humanitária que já tem porta de saída e data prevista para acabar”, afirmou o ministro aos senadores.