O governo de Portugal informou ontem que seguirá em negociações para a venda da companhia aérea estatal TAP apenas com os grupos controladores das empresas brasileiras Azul e Avianca. A terceira proposta recebida na semana passada, do empresário português Miguel Pais do Amaral, foi excluída ontem pelo governo por não cumprir os requisitos mínimos exigidos no edital.
A partir de agora, as negociações avançam com o grupo de investidores liderado pelo empresário David Neeleman, da Azul, e Germán Efromovich, da Avianca. As informações foram divulgadas pelo secretário de Estado das Obras Públicas do governo português, Sérgio Monteiro, em entrevista ao jornal português Expresso. A meta do governo português é fechar avenda da TAP até o fim de junho.
De acordo com o jornal Expresso, as propostas de Neeleman e Efromovich priorizam acapitalização da TAP, com injeção de recursos focados na renovação e expansão da frota, em troca de uma fatia de 61% na empresa. A TAP tem patrimônio líquido negativo de cerca de € 500 milhões e precisa de uma injeção de capital. Segundo o jornal português, Neeleman propôs um aumento de capital entre € 300milhões e € 350 milhões. Além disso, a compra de 53 aviões de longo curso, ainda não encomendados, e um reforço de ligações da TAP dentro do Brasil.
Já Efromovich, ainda de acordo com o Expresso, teria proposto uma injeção de capital de €250 milhões e a entrega de 12 aviões novos para a TAP que a Avianca já tem disponíveis – todos entregues ainda este ano. Ele também teria proposto a renovação da frota da PGA,subsidiária de aviação regional da TAP, após seis meses a tomada de posse.
No total, a proposta de Efromovich comtemplaria o acréscimo de 38 aviões ao grupo TAP e garantiria a chegada em 2017 de 12 aviões Airbus A350 já encomendados pela TAP, segundo o Expresso. O interesse dos controladores de Azul e Avianca pela TAP se justifica pela força das rotas entre Brasil e Europa, que responderam por 39% dos passageiros da empresa em 2014. A visão dos empresários é que é possível integrar os voos da TAP no Brasil com operações da Azul e da Avianca.