O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) de Campinas (SP) vai criar um sistema de rádio por meio de software para aumentar a segurança das informações transmitidas pelas Forças Armadas do País. O contrato para a criação do sistema foi assinado no valor de R$ 4,3 milhões e sua primeira etapa será finalizada em dezembro de 2015 para atender.
Ao todo serão 10 anos de desenvolvimento do sistema. Na primeira fase, o software será aplicado em computadores até chegar a dispositivos móveis de ponta. Futuramente, será integrado em tanques, blindados, navios, entre outros meios utilizados pelas tropas.
Segurança
A intenção é que Exército, Marinha e Aeronáutica troquem informações em um mesmo sistema de comunicação de forma segura e criptografada. Hoje, cada um tem uma forma de trocar informações que é considerada morosa e ultrapassada, além de insegura. O sistema que será desenvolvido no País já é utilizado pelos Estados Unidos e França. Ele foi batizado de Projeto Rádio Definido por Software de Defesa (RDS-Defesa).
“O RDS-Defesa vai dar um salto de qualidade para as Forças Armadas, na medida em que reduzirá a dependência tecnológica em setor estratégico e contribuirá para aumentar a interoperabilidade nas comunicações táticas e, também, para dinamizar a Base Industrial de Defesa no setor das telecomunicações”, afirmou o General de Exército Sinclair Mayer, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
Códigos
“Com a nova forma vai ser possível conversar na mesma linguagem e em códigos. Só entenderá quem tiver a chave de codificação. Por isso chamamos de criptografada. Isso é segurança na comunicação. Quem escutar não vai entender nada”, explicou Everton Corrêa, gerente de Defesa e Segurança do CPqD.
Segundo o especialista com o RDS, é possível operar com diversos padrões de comunicação, com eficiência e segurança em diferentes faixas de frequência, utilizando um mesmo equipamento de rádio genérico. “Ao passar pelo software, as mensagens se tornam uma única e só entendem os órgãos para as quais são voltadas”.
Outro contrato
O outro contrato, assinado pelo CpqD foi com a Fundação de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Fapeb) do Exército Brasileiro, com objetivo de desenvolver um módulo em forma de onda para uso na faixa de frequência HF (3 a 30 MHz), também no padrão SCA (Software Communications Architecture).
Com duração prevista de dois anos, o contrato conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos destinados ao Programa Nacional de Rádios Definidos por Software (Finep) do Ministério da Defesa. O valor é de R$ 4,5 milhões.
“Com esses projetos, o CPqD, em conjunto com o Exército brasileiro, dá mais um passo importante para a criação de uma plataforma tecnológica nacional na área estratégica da Defesa e Segurança”, afirmou Hélio Graciosa, presidente da organização.
FONTE : Jornal Correio Popular (RO)