A fabricante brasileira Embraer adiou o primeiro voo do seu supercargueiro KC-390, sua maior aposta comercial no mercado militar para os próximos anos. A decisão foi tomada para “priorizar a segurança de voo”, segundo fontes da empresa.
O protótipo do avião cargueiro desenvolvido em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), com investimentos estimados em R$ 4,6 bilhões, vem passando por testes dinâmicos em solo na fábrica de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.
Os testes dinâmicos são feitos com o acionamento dos equipamentos e movimentação do avião na pista de testes da fábrica. A empresa ainda não confirmou oficialmente o adiamento do primeiro voo, que deve ficar para o início de 2015.
A Embraer tem 28 encomendas da FAB, o valor total do contrato é deR$ 7,2 bilhões e inclui também o fornecimento de um pacote de suporte logístico compeças sobressalentes e manutenção.
A empresa tem mais 32 pedidos firmes para oito clientes. Antes do adiamento do voo inicial da aeronave, a expectativa é que a primeira unidade fosse entregue à FAB em meados de 2016. O compromisso com o primeiro cliente se estende até 2026.
O KC-390 é um jato bimotor, com capacidade de 23 toneladas e velocidade de até 870 quilômetros por hora, que pode ser usado como reabastecedor aéreo, no transporte militar, em operações de busca e salvamento, resgate e evacuação, e em operações humanitárias.
Potencial
A estimativa da Embraer é de que nos próximos 15 anos serão vendidos cerca de 700 cargueiros desse porte no mundo – um mercado estimado em aproximadamente US$ 50 bilhões. Cerca de 77 países estariam na lista de potenciais clientes do avião ao longo dos próximos 20 anos, segundo as estimativas da companhia brasileira.
A Embraer espera atéUS$ 7,5 bilhões em contratos caso se confirme a expectativa que a empresa tem de abocanhar 15% da demanda global por este tipo de aeronave com o KC-390.