Queila Ariadne e Helenice Laguardia
Em tempo de contingenciamento de verbas públicas, a Iveco pode suspender temporariamente a produção dos veículos blindados Guarani, em Sete Lagoas. A suspensão pode acontecer a partir de junho, caso o Exército não faça novos pedidos. Mas todas as demais linhas, desde comerciais leves a caminhões pesados, serão mantidas. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o plano de investir R$ 650 milhões até 2016 está totalmente confirmado e, inclusive, em andamento. Para 2015, a companhia já está investindo no desenvolvimento de novos produtos.
Apesar da possibilidade de paralisar a produção dos blindados, ainda há esperança. Segundo a assessoria, o problema foi o atraso na aprovação do orçamento do Exército, que é o único cliente do Guarani. Sem orçamento, as encomendas pararam. Mas a Iveco acredita que a importância econômica e social da produção pode colocar novamente os blindados como prioridade. “Só a unidade de Defesa, responsável pela fabricação do Guarani, gera 300 empregos diretos e 1.200 indiretos. Cerca de 90% da cadeia de fornecedores é local”, afirma a Iveco, via assessoria.
O contrato, firmado entre governo federal e Iveco em 2013, prevê a construção de 2.000 blindados, em 20 anos. De lá até agora, já foram produzidas 130 unidades. A assessoria reforça ainda que, caso venha a suspender a produção, a medida tende a ser temporária.
Hoje, a equipe econômica do governo federal vai anunciar um pacote de contingenciamento que, segundo adiantou a presidente Dilma Rousseff, não será nem tão grande, mas também não será pequeno. Esse anúncio, que trará cortes de gastos, pode definir os rumos da unidade de blindados em Sete Lagoas.
A fábrica esclarece que somente a planta dos blindados pode ser afetada. O restante da produção seguirá normalmente. O número de funcionários que trabalham na produção do Guarani representa menos de 10% do quadro geral da Iveco em Sete Lagoas, que emprega 3.500 pessoas.Para a fabricação do blindado Guarani, a Iveco conta com mais de 100 fornecedores diretos e mais de 600 indiretos, sendo 90% da cadeia local.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Industriais, Metalúrgicos, Mecânicos e de Materiais Elétricos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, afirma que nenhuma demissão foi registrada na Iveco neste ano. “Já tivemos um reunião com a empresa e, antes de se pensar em demitir, ainda há férias coletivas e banco de horas.”
A Iveco, via assessoria de imprensa, afirma que as medidas só serão definidas após a confirmação da necessidade de parar a produção dos blindados.
FONTE : Jornal O Tempo