O governo de Portugal que realizou o maior contrato para compra de material militar, desde a aquisição dos submarinos para a Marinha em 2005, obteve luz verde do Tribunal de Contas para aquisição das aeronaves KC-390, confirmaram fontes da Defesa.
O negócio assinado em agosto, por António Costa com a empresa brasileira Embraer, para o fornecimento de cinco aeronaves mulitmissão KC-390 à Força Aérea de Portugal (contempla ainda além um simulador de voo e 12 anos de manutenção), pode dar prosseguimento no processo de substituição aos velhos C-130 Hércules.
Os KC-390 é uma aeronave de transporte tático e estratégico da empresa brasileira Embraer. Alguns componentes serão produzidos em Portugal, nas instalações da OGMA, em Alverca (aliás, os brasileiros da Embraer entraram no capital da empresa ainda no tempo de Paulo Portas como ministro da Defesa pensou neste negócio) mas também em duas fábricas em Évora, onde decorreu a assinatura do contrato.
Os C-130 Hércules, da norte-americana Lockheed Martin estão em serviço na Força Aérea desde 1977 e já têm restrições em alguns voos para a Europa por terem os avionicos desatualizados.
A primeira aeronave deve chegar a Portugal em 2023, e será o primeiro avião deste fabricante a ser fornecido a um país da OTAN. O negócio, no entanto, chegou a estar ameaçado.
Em janeiro, o então chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Rolo, disse no Parlamento que a Embraer havia pedido € 120 milhões a mais do que o esperado pelas aeronaves. O preço terá sido revisto através da compra em separado dos motores dos aviões.
“A participação nacional no planejamento e construção do programa do KC-390 revela bem a atual capacidade competitiva da indústria aeronáutica nacional, incluindo aquela que está instalada em Évora, e que garante um retorno econômico, financeiro e de conhecimento” para Portugal, argumentou o ministro no dia da assinatura do contrato.