O governo do Rio colocará em prática até dezembro, com apoio dos maiores empresários da cidade, um novo esquema de policiamento em duas áreas que receberão provas da Olimpíada em 2016 –lagoa Rodrigo de Freitas e parque do aterro do Flamengo– e no Méier (zona norte). A Fecomércio (Federação do Comércio) do Rio destinará R$ 44 milhões ao projeto, que seguirá a iniciativa que se tornou conhecida como “Lapa Presente” –que desde janeiro de 2014 destacou trios de civis e policiais militares para reprimir crimes no bairro boêmio da capital carioca.
Desde a implantação, 4.025 pessoas foram presas na região por vários crimes –sendo 126 por tráfico de drogas. No novo formato, os trios terão PMs da reserva e jovens militares que tiveram baixa do Exército, mas só os PMs estarão armados com pistola. Em uma reunião nesta semana no Palácio Guanabara o general Fernando Azevedo e Silva comandante Militar do Leste, chegou a oferecer 4.000 jovens que deram baixa das Forças Armadas.
De acordo com um dos integrantes do programa, a medida acabará com a indicação política de civis. A atuação dos jovens nos trios será para filmar todas as abordagens feitas durante as patrulhas. Caso as ocorrências não sejam filmadas, todo o trio é exonerado automaticamente se ocorrer algum problema. Em três oportunidades, membros do “Lapa Presente” foram exonerados após denúncias de abusos em ações que deixaram de ser filmadas.
Roubos a Pedestres
Um grupo de trabalho formado por representantes da Casa Civil e das secretarias de Governo e de Segurança começou a se reunir na terça (20), logo após o acordo ser firmado entre o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e um grupo de empresários. Essas três áreas (lagoa, aterro e Méier) são conhecidas por casos de roubo a pedestres. Foi na lagoa (zona sul), por exemplo, que o médico Jaime Gold, 46, foi esfaqueado e morto em maio deste ano numa tentativa de roubo à sua bicicleta.
Dos 377 agentes que serão contratados nesta fase inicial do projeto, 110 atuarão no aterro do Flamengo, área considerada mais difícil por sua extensão. No local, são constantes os roubos de bicicleta ou de celulares. Todo o patrulhamento será feito a pé ou em bicicletas, numa tentativa de integrar o policiamento à comunidade. A fase da Barra da Tijuca e o seu modelo ainda serão definidos pelo governo do Rio.