Após reunião entre o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão; o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; e o ministro da Defesa, Celso Amorim, ficou decidido que as Forças Armadas permanecerão por mais tempo no Complexo da Maré. O encontro, no Palácio Guanabara, ontem, teve o objetivo de avaliar a atuação dos militares no conjunto de favelas, aonde chegaram em abril.
Fizemos uma reunião para avaliar a presença das Forças Armadas na Maré e projetar a situação futura. Quero ressaltar que houve acordo e o entendimento de que a operação vem sendo muito bem feita entre as forças Armadas e as Forças de Segurança Pública. Portanto, entendemos que, até o momento, a operação da Maré está obtendo êxito.
E, justamente por força disso, decidimos pela necessidade de uma prorrogação da manutenção e garantia da lei e ordem na Maré, ainda por prazo indeterminado – disse Cardozo. Segundo Celso Amorim, começa hoje uma discussão para que seja montado um cronograma de transição entre as Forças Armadas e a Polícia Militar:
Estamos agora debatendo sobre o momento certo de realizar a transição das Forças Armadas para a entrada das forças de segurança local. Agendamos já uma reunião para 11 de agosto, na qual será decidido esse cronograma. Acredito que até 15 de agosto esse calendário será divulgado.
Vamos levar em conta vários fatores entendendo a necessidade de segurança do Rio. Sabemos que as Forças Armadas sempre estiveram presentes na cidade, a exemplo do Complexo do Alemão, além da Maré e da atuação destes militares em grandes eventos. Então, há um entendimento que será necessária alguma prorrogação, mas o tempo necessário é algo que ainda está em discussão.
Efetivo não revelado
Questionado se o governo recebeu alguma demanda sobre a violência que continua no Complexo Alemão, apesar de o local já ter tido a ocupação dos militares, Cardozo não quis se pronunciar, alegando que a reunião foi apenas para tratar sobre a Maré. O ministro também optou por não divulgar o efetivo de militares que continuará atuando no Complexo da Maré:
No total, temos 2.400 homens atuando no Rio, fora os policiais que cuidam da segurança pública da cidade. Além disso, iremos manter cerca de 150 homens que já estão atuando no Morro Santo Amaro.
Também participaram da reunião o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi; o comandante Militar do Leste, general Jorge Antônio Smicelato, a secretária Nacional de Segurança, Regina Miki; o diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, Leandro Coimbra; e o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.
FONTE : O Globo