O novo chefe do Estado-Maior operacional da Polícia Militar do Estado do Rio, coronel Alberto Pinheiro Neto, tem o perfil de “guerreiro”, operacional, mas conjuga características de formulador de práticas policiais. Como número dois da corporação, Pinheiro Neto será o responsável por “70% a 80%” das operações da PM, de acordo com o novo comandante-geral, Erir Ribeiro Costa Filho.
Na prática, Pinheiro Neto já se preparava para a função. Ainda sob a gestão de Mário Sérgio Brito Duarte, afastado nesta quarta-feira, a previsão era de que ele assumisse o Comando de Operações Especiais, que seria criado provavelmente em 2012.
Promovido a coronel em agosto de 2009 pelo comandante-geral exonerado, Mário Sérgio Brito Duarte, de quem era assessor especial, Pinheiro Neto faz parte de uma geração jovem do oficialato da PM, que recebeu novo status com a gestão de Mário Sérgio. Ele teve papel relevante na estratégia operacional da ocupação do Complexo do Alemão.
Décimo terceiro comandante do Bope e “Caveira 41” – formado no curso de Operações Especiais (COEsp) do batalhão –, Pinheiro Neto passou 14 anos e teve sua formação como policial essencialmente influenciada pela unidade especial.
Pinheiro Neto fez quase todos os treinamentos da área de operações especiais disponíveis no País. Além do COEsp, ele concluiu os cursos de Operações na Selva (do Exército Brasileiro); de Salvamento em Montanhas (do Corpo de Bombeiros do Rio); de Operações Helitransportadas (da Força Aérea Brasileira); de Ações Antibombas; de gerenciador de Crises com Tomada de Reféns, além de quinze outros cursos nas áreas de Operações e Táticas Especiais.
Doutrinador
Entretanto, embora com o perfil de um policial principalmente operacional, Pinheiro Neto foi o criador de doutrinas que passaram a ser usadas na formação de policiais no Rio. Trabalhos seus deram origem e serviram como base para a criação de um curso de progressão em favelas e outro para a proteção de autoridades ainda hoje adotados pela PM.
Até esta quarta-feira, era assessor especial do comando na Coordenadoria de Assuntos Estratégicos (CAEs), responsável pelo planejamento estratégico da corporação com vistas à Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Entre os assuntos mais caros ao coronel está a implantação do Centro de Operações Especiais da PM do Rio, um complexo de unidades de elite da corporação em Ramos, ponto estratégico do Rio, em antigo quartel do Exército. Ele seria o comandante de Operações Especiais da PM.
Em uma área de 218.000 metros quadrados, ficarão as novas sedes do Bope, do GAM (Grupamento Aéreo e Marítimo) e a Companhia de Cães, por exemplo, além de áreas de treinamento para os PMs. O projeto tem o orçamento de R$ 150 milhões e é um compromisso do governo de Estado com o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Estava também sob sua esfera o plano de remodelar os batalhões da PM, a partir de um novo conceito, com as unidades integradas à comunidade, em prédios modernos, com área de lazer aberta aos moradores e não mais cercadas por altos muros.
Fonte: IG