No último dia 10, a Polícia Civil do Rio de Janeiro perdeu um dos seus bravos guerreiros, o inspetor Ronaldo Mazza Rabelo de 58 anos. Detentor de uma carreira respeitada na segurança pública do Rio de Janeiro, Mazza foi nomeado em 2011, por antiguidade, Inspetor da Polícia Civil do quadro permanente do Estado do Rio de Janeiro, pelo então secretário de Estado de Segurança José Mariano Beltrame.
A carreira do inspetor Mazza foi marcada pelo incêndio no edifício Andorinha, que parou o Centro do Rio e deixou 23 mortos, na tarde de 17 de fevereiro de 1986. O número total de mortos foi de 23 pessoas e mais de 40 feridos. Quinze pessoas morreram quando tentaram alcançar o telhado, mas encontraram a porta fechada com cadeado e morreram sufocadas no local. Os números da tragédia só não foram maiores pela ação da Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA) e de seus integrantes, entre eles o então detetive Mazza.
Ninguém melhor do que um amigo que serviu e conheceu de perto o inspetor Ronaldo Mazza Rabelo. Por isso, estamos destacamos um texto produzido pelo inspetor Wagner Gomes, em homenagem ao colega, e que representa fidedignamente a homenagem que a Operacional deseja fazer ao Inspetor Ronaldo Mazza.
“Mais conhecido por Mazza, foi Guarda-Vidas comigo no extinto Corpo Marítimo de Salvamento (CMS), também conhecido popularmente por Salvamar.
No exercício da função, transmiti a ele muitos conhecimentos no ofício de salvar vítimas de afogamento nas praias cariocas. Como Guarda-Vidas, primeiramente nas areias das praias cariocas, salvou da morte inúmeros banhistas.
Depois passou a integrar a equipe de salvamento de helicóptero da Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA), onde, do ar, continuou salvando vidas no mar. Com a extinção do SALVAMAR e a passagem para o cargo de Detetive, Mazza continuou na CGOA, salvando afogados e adestrando os guarda-vidas do G-Mar/CBMERJ.
No incêndio do Edifício Andorinha, situado na esquina da rua Almirante Barroso com Av. Graça Aranha, em 1986, juntamente com o Comissário Rubens Palladini, pulou do helicóptero no terraço para salvar pessoas, dando mais uma vez mostras de sua coragem para, heroicamente, arriscar sua vida em troca do salvamento de outras.
Positivamente Mazza foi um herói no mar e no ar.
É oportuno também lembrar do Guarda-Vidas Flavio Martins Molina, mais conhecido por Molina, que foi outro herói oriundo do Salvamar, que também integrou a equipe de salvamento do CGOA, que teve morte trágica, ao cair do helicóptero, de uma altura de 40 m, quando fazia uma demonstração, ao vivo, para o Globo Repórter da TV Globo. Molina, especialista em diversas artes marciais, foi um dos introdutores do Muay Thai no Brasil. Foi também, segurança pessoal de Roberto Marinho e dos presidentes José Sarney e Fernando Collor.
O Hall de entrada da Chefia de Policia da PCERJ, leva o nome de Flavio Martins Molina, homenagem em memória do grande herói que enalteceu e honrou a instituição que serviu. Assim, a Flavio Martins Molina agora, lamentavelmente, se junta Ronaldo Mazza Rabelo, dois grandes heróis que iniciaram suas carreiras no Corpo Marítimo de Salvamento / SALVAMAR, que são dignos de mais homenagens por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Minhas condolências e homenagens aos nobres e heróis colegas, que espero se encontrem.
Que Deus os tenha junto de si, porque foram homens do bem.”
Wagner Gomes (Guarda-Vidas do SALVAMAR (1971-1984) / Inspetor de Polícia da PCERJ (1984-2012) / Aposentado em 2012)