A ideia de imobilizar a vítima, sem atingi-la com disparos de arma de fogo, chegou ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro incorpora ao seu patrimônio, a partir de hoje 30 armas de eletrochoque modelo X2 da Taser Brasil, justamente para ações de resgate de reféns.
A grande novidade também é que o equipamento permite acoplar câmeras para checar a abordagem dos PMs e registra todas as informações de uso, para serem checadas futuramente em investigações, nas quais haja dúvidas sobre a abordagem policial.Quando as câmeras forem acopladas às armas, as imagens gravadas serão armazenadas, de forma que não poderão ser adulteradas, editadas, cortadas ou apagadas.
No momento em que a arma é destravada, a câmera começa a gravar automaticamente. Mas o gerente da Taser Brasil, Felipe Sineme, explica que o novo equipamento já permite armazenar dados, desde o seu destravamento até a utilização do arco de centelha (o raio de eletricidade que é visto após o acionamento da arma de eletrochoque). É possível registrar, inclusive, a data e a hora do uso da arma. — Essa é a quarta geração desse tipo de equipamento eletrônico.
A arma tem a informação segura de como causar a incapacitação neuromuscular na dosagem correta, independentemente de quem for o alvo — afirma Sineme. Segundo o chefe do Grupo de Resgate de Reféns (GRF) do Bope, tenente Alex Melo, o objetivo é utilizar a arma de eletrochoque apenas em casos nos quais o sequestrador estiver usando facas ou outros instrumentos de contato pessoal, que não seja arma de fogo.
Em episódios como o do ônibus 174, ocorrido em 12 de junho de 2000, no Jardim Botânico, quando a refém foi morta, depois de o atirador do Bope disparar contra o assaltante, o uso da taser seria contraindicado. — Se o bandido está com uma arma de fogo, até por questão de segurança, o policial tem que usar equipamento proporcional. Se o sequestrador estiver com uma faca, é possível usar a taser — esclarece o tenente Melo.
FONTE : O Globo