Os Jogos Olímpicos de 2016 representam a montagem de ações estratégicas para a Polícia Federal. Troca de informações com outros países e forças nacionais, agentes escolhidos a dedo e treinados para proteger delegações com o número de atletas estimado em 12.500 e 100 chefes de Estado fazem parte do tabuleiro olímpico policial.
Uma mini tropa de elite com 14 homens, chamada de Grupo de Pronta Intervenção (GPI), executa treinamentos especiais em cartões-postais da cidade, como o Aterro do Flamengo. Eles contarão com apoio de integrantes do mesmo ‘time’ de outras unidades espalhadas pelo país para ficar baseados em Deodoro, Barra da Tijuca, Maracanã e Copacabana, os principais centros de competições.
Ao todo, a Polícia Federal espera contar com 3.500 policiais durante o evento. “A preparação é constante. Tanto física quanto técnica. Atuaremos em situações de risco diferenciado. Ou seja, antiterroristas”, explica o delegado Bruno Simões, responsável pelo Grupo de Pronta Intervenção (GPI). Manifestações são outro alvo das operações.
Mas não há trabalho isolado. As atuações sempre serão coordenadas com o Ministério da Justiça, outras forças federais e estaduais. “A dedicação dos agentes do GPI é exclusiva. Temos armamentos, como fuzis, e outros. Os policiais passaram ainda por análise prévia do Setor de Inteligência e da Corregedoria da PF”, afirma Simões.
Na cabeça de todo agente está que o Rio não faz parte da rota do terrorismo, mas não está livre de ser palco de um atentado terrorista. De agosto até maio, os homens da Polícia Federal vão participar de 44 eventos-teste, quase sempre à paisana. Durante as competições, todas as instalações olímpicas, arenas de jogos, estádios e hotéis que hospedarem chefes de estado serão vistoriados pela PF. Fica ainda a cargo dos agentes a segurança dos portos marítimos, aeroportos, controle de aeronaves e imigração.
“Estamos preparados para agir em caso de sequestro de aeronave, por exemplo. Temos grupos especializado em atuações antibombas de Brasília”, esclarece o Coordenador Regional de Segurança de Grandes Eventos, delegado Álex Bersan. Ele ressalta que desde a A Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, a instituição se prepara para a Olimpíada.
“As operações são integradas. No caso de delegações, contamos também com batedores de outras forças”, diz Bersan, enfatizando a utilização do Centro Integrado de Comando e Controle das polícias do Rio.
Por terra, pelo ar e pelo mar, eles vão monitorar tudo
Quatro helicópteros com câmeras serão utilizados para monitorar o deslocamento das delegações. A utilização das aeronaves já foram feitas em outros eventos, como a Copa e Copa das Confederações.
Abordo, os pilotos tem contato direto com o Centro de Comando e Controle das polícias do Rio. “Assim, nós podemos mudar a rota se for necessário. Determinar fechamento e abertura de sinais”, revela o delegado Álex Bersan, Coordenador Regional de Segurança de Grandes Eventos.
Pelo mar, a Polícia Federal vai contar com até seis lanchas e botes para patrulhar a praia de Copacabana, as raias oceânicas das disputas de vela, além da Baía de Guanabara. Todo o planejamento já está nos retoques finais. “Também utilizamos botes. Temos reuniões toda a semana para discutir o planejamento”, ressalta Bersan.
Atualmente, a Polícia Federal no Rio conta com cerca de mil homens. Na Copa do Mundo do ano passado, foram utilizados 900 policiais, com reforço de agentes de outros estados.
Alerta vermelho para os aeroportos
Reforço de policiamento nos aeroportos Tom Jobim, Santos Dumont e de Jacarepaguá é outra ponta da estratégia de segurança da PF. Os agentes vão atuar uniformizados e à paisana. No início da semana, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ao chegar à Câmara dos Deputados, em Brasília, mostrou exemplo de fiscalização precária de armas no Santos Dumont.
Ele chamou o subsecretário de Educação, Valorização e Prevenção, Pehkx da Silveira, que apresentou uma pistola de plástico, mas que continha partes em metal, com a qual conseguiu passar pelo raio-x.
“A questão dos equipamentos é com a Infraero, no Santos Dumont, e no aeroporto Internacional Tom Jobim com a empresa responsável”, argumenta Álex Barsan. Segundo o delegado, o reforço da PF nos aeroportos será feito ainda nos pátios. “Em Jacarepaguá, por exemplo, há muitas aeronaves particulares. A fiscalização será intensa”, alega.
FONTE : Jornal O Dia